Aparentemente esse mês é a vez do marketing de afiliação. Se esse for o caso, eu não vou me incomodar em voltar para as minhas férias. RIP marketing de afiliação, nascido em 1996, e morto em 2019, foi bom conhecer você.
Mas caso o marketing de afiliação não esteja morto. Ele está vivo, pulando e fazendo o que sempre fez, transformando e evoluindo o cenário digital.
Reinvenção por conta disso
Isso não é novidade, já passamos por isso antes. Cerca de dez anos atrás, quando o retorno em investimento se tornou um foco muito importante para os profissionais de marketing, o mercado de afiliação tentou se reinventar como marketing de performance. Logo, esse termo foi se tornando cada vez mais insignificante (qual o sentido de fazer algo se você não antecipar se isso irá gerar algum tipo de resultado de desempenho?). Revigorado pelo crescimento e desenvolvimento do profissionalismo, o marketing de afiliação se redescobriu positivamente.
Aparentemente o marketing de afiliação é um pouco web 1.0; sem criatividade, antiquado, e obsoleto.
Tente dizer isso aos consumidores da Awin. Através de uma pesquisa descobrimos que dois terços desses consumidores, pesquisam no mínimo duas vezes antes de comprar algo.
Ou aos 77% de consumidores que fazem uso de sites de comparação de preços antes de escolher um fornecedor de banda larga. Quase metade dos consumidores consideram as opiniões dos blogueiros e os conteúdos editoriais de sites antes de fazer uma compra.
Claro que o marketing de afiliação é bem mais do que isso. Sem falar das inúmeras maneiras pelas quais os afiliados podem conectar suas marcas com seus clientes, também é possível construir parcerias sofisticadas, profundas e significativas com uma variedade de soluções de tecnologia, de plataformas e de negócios.
Afiliado ou parceiro? Quem se importa?
Esse é o ponto. Aqueles que dizem que o marketing de afiliação está morto, se fixaram nos tipos de afiliados que se agarram as suas próprias manchetes, e fazem isso a anos. Brincando com um possível cansaço do anunciante de que o canal não está inovado e dependendo de um número limitado de tentativas e parcerias testadas e aprovadas para obter um sucesso continuo, eles afirmam que descobriram um código mágico e abriram uma panaceia de novas oportunidades que ainda não foram exploradas. É uma tentativa de realizar um contraste entre o antigo e o novo.
O fato é, muitas dessas oportunidades existiram por anos. Fazer o rebranding das marcas como parceiras, diferentes das relações tradicionais da filial não faz nada além de ofuscar e confundir.
Flexibilidade e Criatividade
A única coisa que limita o sucesso de uma marca dentro do espaço de afiliação/parcerias/afinidades/desempenhos, além de restrições orçamentárias, é a sua própria falta de flexibilidade e criatividade.
Onde as marcas elevam seus programas, os resultados são convincentes.
Uma marca de eletricidade bem conhecida com qual trabalhamos, passou anos colaborando com fornecedores-chaves no topo de seus pagamentos de comissões para garantir orçamentos de marcas, além dos pagamentos de comissões, criando uma exposição única e rica em conteúdo. Esses acordos baseados em "afinidade" vão muito além da simples narrativa de "bater um link e esperar a conversão".
Uma marca de viagens que vende férias mas não vende serviços auxiliares, parcerias com seguradoras de viagem e locadoras de carros, gerando cliques e vendas em um modelo de compartilhamento de renda. Eles são tanto anunciantes quanto afiliados e administram o programa de afiliados como uma oportunidade de aquisição e de parceria de marca.
O setor de telecomunicação, utiliza análises de forensic para entender a elasticidade das comissões e para determinar quando é a hora certa de estimular os seus consumidores chaves.
E qualquer um que passe um tempo observando os trabalhos recentes dos principais afiliados em seus territórios não poderia acusar esses sites “tradicionais” de vouchers e cashbacks de se apoiarem em suas conquistas.
Um dos meus exemplos favoritos são os aplicativos de cupom, que utilizam as suas habilidades de geo-fencing para direcionar ofertas de hotéis ao público que está em estações de trem na época de natal, fazendo com que todos que percam os seus trens recorram a esses hotéis. Uma ideia simples porém genial de se utilizar a tecnologia para atender a uma necessidade obvia dos consumidores.
Eu poderia continuar.
Eu não estou dizendo que esse meio é perfeito. Nós estivemos bem fracos em conectar o coração com a cabeça. Somos ótimos em mostrar números em planilhas que mostram, receitas, cliques e comissões, mas contextualiza-los em campanhas criativas é na maioria das vezes algo que é ignorado. Chris Johnson, da Groupon, se refere exatamente a esse ponto em seu artigo que foi publicado na ultima edição do Awin Report.
Desnecessário e Irresponsável
Quando bem feito, não é necessário fazer nada para tentar “reinventar” o canal. É desnecessário, e é por isso que, quando as empresas alegam que existe algo magico que aumentará ‘todos os dias’ seus afiliados, acaba parecendo atraente.
Mas também é errado. No momento em que o marketing digital se encontra sob intenso controle, todos que tem participação no mercado de afiliação devem apoiar empresas que realmente estão tentando fazer a coisa certa pelas marcas que promovem e para seus consumidores.
Atualmente, há uma série de iniciativas de afiliação destinadas a mostrar e a legitimar o canal; o projeto dos EUA ‘the size of the market’, produzirá pela primeira vez números definitivos sobre a escala do mercado de afiliação de lá, a afiliação Gold Standard na Inglaterra, visou criar um modelo para o sucesso da filial. Nenhum deles indicou o fim do mercado de afiliação. Eles estão procurando por oportunidades para focar no poder coletivo do canal e eleva-lo a um público mais amplo.
O marketing de afiliação continuará evoluindo, eu estou particularmente interessado, por exemplo, nos trabalhos dos parceiros tecnológicos com uma nova era de inovação. Ninguém esta dizendo que o canal será perfeito; regularmente ele trará dor de cabeça. Mas isso é um desafio coletivo. Agora é a hora de se juntar, e não de dividir, confundir e enfraquecer.